domingo, 28 de fevereiro de 2010

Questões éticas e morais

A utilização das células estaminais, bem como as investigações realizadas em tornos das mesmas, começa a levantar questões éticas e morais, as quais são expressas em muitas caricaturas e 'cartoons'.
As células estaminais embrionárias (células estaminais presentes no embrião pré-implantação e na massa interna do blastocisto, durante a gestação) são as que têm maior capacidade de diferenciação e, portanto, podem ser utilizadas no tratamento de um vasto conjunto de doenças.
Porém, ao mesmo tempo, estas são as células que suscitam maiores problemas relacionados com a moral e ética, já que para obte-las é necessário criar um embrião in vitro, com o objectivo de posteriormente serem retiradas as células estaminais do mesmo, o que leva à destruição do embrião. Este processo conduz a várias questões relacionadas com a filosofia, tais como:
«Terá o homem o direito de criar embriões humanos, para depois destrui-los?»,
pois estes embriões darão origem a futuros seres humanos.
Acerca desta temática existem vários 'cartoons', tais como:


Estas duas imagens alertam para o facto de que as investigações em células estaminais embrionárias leva à morte de futuros seres humanos, os quais já são detentores de dignidade e direitos no seu estado embrionário.

O seguinte 'cartoon' critica o ex-presidente Jorge W. Bush, dado que este se opôs à investigação de qualquer tipo de células estaminais.


A meu ver, eu estou de acordo com a investigação e utilização de células estaminais, pois estas já salvaram e poderão vir a salvar no futuro várias vidas, porém, eu oponho-me à utilização de embriões nestas investigações, pois estes não devem ser vistos como um meio para atingir um fim, já que, na minha opinião, darão origem a seres humanos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Palestra no passado dia 24 de Fevereiro


No passado dia 24 de Fevereiro, ocorreu no auditório José Saramago uma palestra, que contou com a colaboração do Director Científico da Bioteca, Gonçalo Cabrita, e a Directora de Laboratório, a Dra. Perpétua.

Inicialmente o Director Científico começou por fazer uma pequena introdução ao tema, explicando o conceito de células estaminais, no qual referiu o seu potencial de diferenciação e multiplicação, bem como os vários tipos existentes: células estaminais hematopoiéticas (existentes no cordão umbilical, e que dão origem a todo o tipo de células sanguíneas), do estroma (que se encontram na matriz, dentro da medula óssea, auxiliam o crescimento das células sanguíneas in vitro, e derivam das células estaminais mesenquimais), epiteliais (dão origem ao epitélio), neuronais ( que dão origem a células do sistema nervoso), e as mesenquimais (presentes na medula óssea, que podem originar ossos, gordura, cartilagem ou tecido conectivo).

Para além destes esclarecimentos, ainda foram abordados os vários tipos de células estaminais, quanto à sua capacidade de multiplicação: as totipotentes, existentes apenas nos primeiros dias de vida do embrião, dando origem a qualquer tipo de célula ou tecido; as pluripotentes, presentes no botão embrionário, podendo dar origem a todo o tipo de células e tecidos, excepto anexos embrionários; as multipotentes, que podem dar origem a outros tipos de células, mas em número limitado, como é o caso das células estaminais hematopoiéticas.
Após toda esta informação foram referidas algumas das aplicações actuais das células estaminais do cordão umbilical, nomeadamente na cura de leucemias e linfomas, e outras disfunções hematológicas, sendo que uma das doenças mais aprofundadas foi a Leucemia, caracterizada pelo cancro nas células do sangue, que não podendo ser eliminadas pelo próprio organismo, terão de ser removidas por quimioterapia ou radioterapia. Após este processo, poderá recorrer-se ao transplante de medula óssea no doente, ou investir nas células estaminais hematopoiéticas do cordão umbilical, que, ao poder originar qualquer tipo de célula sanguínea, poderão recuperar as células do sangue que foram previamente eliminadas da medula óssea.



Ainda tomando como exemplo a Leucemia, o Director Científico referiu algumas vantagens do tratamento com células estaminais do cordão umbilical, como o facto de ser um processo menos doloroso para o paciente e possível dador, consoante a doença em questão (por exemplo, quando um paciente tem Leucemia, o dador de medula óssea poderá ter de se submeter a um processo evasivo e doloroso de extracção da mesma); a disponibilidade imediata, que evita a lista des espera em busca de dadores compatíveis; e, por último, caso haja transplante destas células em contexto autólogo, não existe perigo de rejeição por parte do paciente, pois existe histopatibilidade (por outro lado, no caso do transplante de medula óssea existe um maior risco de rejeição por parte do paciente, que deverá, deste modo, submeter-se a vários imunosupressores, que, por sua vez, deixam o doente vulnerável a várias doenças).

Por último, o Dr. Gonçalo Cabrita, deu a conhecer alguns gráficos, que revelavam os vários locais onde se realizaram transplantes com células estaminais, sendo que nos Estados Unidos estes teriam ocorrido em maior quantidade. Para além destes gráficos, foram apresentados outros relativos à durabilidade de alguns tipos de células no nosso organismo, onde os neurónios são as células que apresentam uma maior duração, visto que podem aguentar uma vida inteira, caso sejam preservados.

Ao longo da sua apresentação o Dr. Gonçalo Cabrita recebeu algumas questões provenientes da audiência, entre as quais se destacaram a o tempo médio em que as células estaminais do cordão umbilical mantêm a sua viabilidade (aproximadamente 20 a 25 anos); os problemas éticos em torno das células estaminais embrionárias (em que a investigação com estas células é possível caso seja aprovada por um comité ético, mas, actualmente, esta possibilidade é bastane complicada, uma vez que o embrião constituí um potencial ser humano, cuja existência será inviável caso haja investigação com embriões humanos, que, para além de todo este conjunto de factores, não podem ser obtidos com muita facilidade); por fim, foi ainda questionado o futuro das células estaminais quando o seu prazo de viabilidade espira (estas poderiam ser destruídas ou utilizadas para investigação consoante o consentimento prévio dos pais).

Após a apresentação do Director Científico, seguiu-se a Dra. Perpétua, que se encarregou pelos esclarecimentos relativos a todo o processo de recolha e controlo de qualidade das células estaminais do cordão umbilical (para mais informações relativas a este processo poderão consultar o post realizado aquando da visita à Bioteca).

Ficámos bastante contentes com o resultado final desta palestra, uma vez que o público manifestou grande interesse pelo tema, e todos se revelaram bastante receptivos, visto que o auditório se encontrava totalmente lotado.

Assim sendo, queríamos agradecer a presença de todos e a colaboração do Dr. Gonçalo Cabrita e da Dra. Perpétua neste evento, que não teria tido tanto sucesso sem a sua colaboração.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Criopreservação em Setúbal


No dia 13 de Fevereiro um elemento do grupo das Células Estaminais, da disciplina de Área de Projecto do 12º ano, deslocou-se ao Hospital São Bernardo em Setúbal afim de entrevistar a Sra. Enfermeira Antónia Prates do serviço de ginecologia, de forma a poder obter informações acerca de diversos parâmetros que envolvem o tema da Criopreservação das Células Estaminais, aos quais nestes englobam os procedimentos que se utilizam ao longo da remoção do sangue do cordão umbilical no momento do parto, as informações prestadas ao casal, pelos profissionais de saúde, no acompanhamento da gravidez acerca da temática em questão e por fim ter uma percepção da recorrência por parte dos casais setubalenses a este serviço.
A Enfermeira Prates esclareceu que se faz no Hospital de Setúbal a extracção do cordão umbilical na maternidade durante o parto, mais precisamente após o nascimento do bebé e posterior desinfecção do cordão, colocação de uma mola ou de uma pinça e corte deste. A seguir é feita a colheita da amostra do sangue do cordão umbilical com uma seringa, e a quantidade obtida deverá compreender uma massa de valores entre aproximadamente 60 a 100 gramas, que após estar embalada está pronta a ser enviada para o laboratório que irá criopreservar o sangue. Contudo a quantidade da amostra da colheita efectuada poderá não chegar a estes números, devido a vários factores de entre os quais a existência de um nódulo no cordão ou a ocorrência de uma circular cervical tendo o cordão de ser cortado mais cedo, em que nestes casos a Sra. Enfermeira diz "Eles recomendam que se mande sempre independentemente da quantidade, pois já existem formas de multiplicar as células, e isso significa que numa menor quantidade de sangue pode ser possível ampliar e ser aproveitado, mas isso já compete ao laboratório(...)".
A profissional de saúde adianta ainda que não tem uma ideia muito precisa acerca da adesão dos casais portugueses na utilização dos serviços de ciopreservação das células estaminais do cordão, mas admite que esta opção por parte dos pais poderá rondar um quarto de todos os partos que decorrem na maternidade do Hospital São Bernardo, e esta prática tem vindo a aumentar nos últimos tempos, com a maioria dos pais a preferirem contar com empresas privadas, tendo também em conta que o banco público de sangue do cordão umbilical no Porto é muito recente.
A sra. Enfermeira menciona também na entrevista que sendo a criopreservação um recurso que a sociedade põe ao dispor das opções dos casais, e que este serviço é suportado predominantemente por empresas privadas, os médicos e enfemeiros quando lhes confrontada com a sua opinião acerca deste assunto, mantêm uma postura imparcial, não influenciando os casais nas suas escolhas. Porém os profissionais de acção médica apesar de não promoverem como tinha referido anteriormente a criopreservação das células do cordão não deixam de facultar as informações aos pais do futuro bebé sobre a utilidade deste serviço quando esta é solicitada. Ao ser questionada acerca das indicações que normalmente referem aos casais, a Enfermeira diz: "Vamos acreditar naquilo que a ciência nos diz; a ciência o que nos diz sobre isso é que neste momento existem algumas doenças em que as células podem ser úteis e os estudos que estão a decorrer parecem apontar que muitas mais outras doenças poderão vir a beneficiar. É isto que podemos dizer, é aquilo que a ciência nos coloca e que a literatura e que a comunidade científica nos diz que já existe e portanto não podemos ir pra além disso."

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Palestra no dia 24 de Fevereiro no Auditório José Saramago





Aqui está um segundo cartaz que o nosso grupo realizou com o objectivo de propagar a palestra a realizar no próximo dia 24 de Fevereiro, com o Director Científico da Bioteca, Gonçalo Cabrita, a qual terá lugar no Auditório de José Saramago, pelas 15:15 horas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Palestra no dia 24 de Fevereiro no Auditório José Saramago


Aqui está o cartaz que o nosso grupo elaborou no âmbito da palestra a realizar no próximo dia 24 de Fevereiro, com o Director Científico da Bioteca, Gonçalo Cabrita. Esta terá lugar no Auditório José Saramago, pelas 15:15 horas.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Visita às instalações e Entrevista com o director cientifico da Bioteca

No dia 29 de Janeiro, o nosso grupo deslocou-se até Lisboa, com o objectivo de visitar as instalações do centro de crioperservação, a Bioteca, e realizar uma entrevista ao director cientifico, Gonçalo Cabrita. A Bioteca situa-se no Pólo Tecnológico de Lisboa, Edífício 1.

A entrevista correu bastante bem e o nosso grupo tirou várias fotos aos diversos aparelhos, máquinas e dispositivos que se encontram nos laboratórios deste centro de crioperservação. Fomos muito bem recebidos pelo Director Científico, Gonçalo Cabrita o qual foi bastante prestável, tendo todo o cuidado em explicar-nos detalhadamente o metódo do controlo da qualidade e em responder às questões que tinhamos elaborado.

Neste últimos dias, realizamos um vídeo, o qual irei colocar juntamente com este post, sobre a nossa visita aos laboratórios da Bioteca. Para além disto, este vídeo também possui a entrevista que fizemos.

Controlo de qualidade na Bioteca

Antes da criopreservação existe um longo processo em que a qualidade das células estaminais será testada.



Inicialmente, os vários constituintes do sangue do cordão umbilical (células estaminais, leucócitos, e glóbulos vermelhos) serão contabilizados através de aparelhos próprios para este efeito, que irão recorrer à técnica de imunofluorescência, utilizando corantes fluorescentes e anticorpos. Esta técnica permitirá colorar a superfície das células selectivamente, através dos corantes fluorescentes, que, quando iluminados, irão induzir a luminosidade das células na junção entre os antigénios que lhe são característicos e os anticorpos. Assim, será possível verificar se é ou não viável a criopreservação, sendo que, caso as células estaminais existam em pequena quantidade, não terão efeito garantizado no tratamento de futuras doenças.


Após esta fase, os vários componentes do sangue serão separados através de um cilindro de centrifugação. Depois de separadas as células estaminais, juntamente com os leucócitos serão criopreservadas, e o plasma será aproveitado para realizar testes, quer para detecção de possíveis bactérias ou virús que possam ter contaminado a amostra de sangue aquando da sua recolha, quer para efectuar testes de histocompatibilidade, isto é, em caso de transplantes em contexto heterólogo, a compatibilidade entre dador e receptor terá de ser testada, e, uma vez que este teste é feito a partir do plasma, evita a descongelação das células estaminais, que as tornaria inviáveis.

Já no processo de criopreservação, irá haver inicialmente, uma congelação lenta, que irá evitar a formação de cristais de gelo nas células estaminais. Mais tarde as células estaminais, juntamente com os leucócitos serão então colocadas em estruturas próprias dentro do contentor criogénico, mergulhadas em azoto líquido.

Durante todas estas fases, haverá ainda a determinação do tipo sanguíneo do recém-nascido, e detecção por PCR (Polimerase Change Reaction) da presença de agentes virais, como a Hepatite B e C, microorganismo que causa a Sífilis, e HIV 1 e 2, através de aparelhos específicos que permitem a amplificação do ADN (PCR), e posterior análise do mesmo, para averiguação da existência dos agentes virais.

Todo este controlo faz da criopreservação das células estaminais uma escolha segura e fiável para o futuro.





Fontes de informação: todo este processo foi-nos esclarecido pelo Director Científico da Bioteca, Gonçalo Cabrita.