segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Leucemia

A Leucemia é um cancro com incidência em células da medula óssea, que afecta a normal produção dos compostos sanguíneos da qual estas são responsáveis. A palavra é proveniente da junção de dois vocábulos gregos, “leukos” que significa branco e “aima” que tem como significado sangue, pois esta enfermidade tem como uma das suas características o facto de provocar um aumento prejudicial do número de glóbulos brancos ou leucócitos no sangue. Para além destes serem excessivos e assim perturbarem o normal funcionamento dos restantes constituintes do fluido sanguíneo como a das hemácias que contêm a hemoglobina que transporta o oxigénio até às células e as plaquetas que têm um papel fundamental no processo da cicratização, estes leucócitos são muitas vezes inábeis de desempenharem a sua função, tornando-se inúteis. Todavia, este tumor também pode gerar hemácias e plaquetas com mesmas incapacidades, apesar de ser muito mais vulgar ocorrer uma produção descontrolada e deficiente dos glóbulos brancos.

De entre os diversos tipos de leucemia poder-se-ão destacar quatro grupos bastante abrangentes, aos quais são divididos por rapidez com que a enfermidade faz notar os seus efeitos e por tipo de células que são afectadas, responsáveis pela produção dos diferentes compostos sanguíneos.

O cancro pode residir em duas células da medula óssea distintas: Das células Mielóides que irão originar num processo de desenvolvimento tanto os eritrócitos, como as plaquetas e certos glóbulos brancos; e das células Linfóides que ao sofrerem uma fase de evolução poderão então originar leucócitos, e também outros tipos de células presentes no sangue em menor quantidade tais como as células B e T; e pode ter os seus efeitos mais repentina e aceleradamente quando então se forma o tumor, sendo assim designado por uma Leucemia Aguda, ou pelo contrário um aparecimento menos evidente e às vezes imperceptível, que se vai alastrando e agravando ao longo do tempo.

Desta forma os quatro grupos referentes aos tipos de Leucemia são: Leucemia Mielóide Aguda (AML), Leucemia Linfóide Crónica (CLL), mais frequentes em adultos, Leucemia Linfóide Aguda (ALL) mais comum nas crianças e a Leucemia Mielóide Crónica (CML) que costuma ocorrer em igual taxa tanto para adultos como para crianças. A Leucemia em geral afecta mais o sector masculino do que o feminino e representa 30% dos casos que existem de cancro de sangue.

Esta doença é causada por uma mutação ocorrida nas células da medula óssea que posteriormente por multiplicação destas, forma o cancro. Os agentes mutagénicos que podem possivelmente criar esta alteração genética são: altos níveis de radiação, radioterapia, raios-x, fumar, benzeno, quimioterapia, trissomia 21, vírus humano da Leucemia de Célula T tipo 1, ou ter casos na família que poderão ter passado o oncogene.

Os sintomas gerais que possam denunciar a presença desta anomalia são: a formação de nódulos linfáticos, febres, infecções, fadiga, frequentes sangramentos e dificuldade na sua cicratização, dores nos ossos e articulações, perda de peso por razão desconhecida e dores na zona do abdómen. Contudo, no caso da Leucemia Crónica, os efeitos provenientes por esta doença são tão tardios que por vezes o seu diagnóstico é feito antes de surgir os sintomas, por exemplo num exame de rotina.

Existem para a Leucemia vários métodos de tratamento, nos quais se incluem radioterapia que consiste na eliminação de células leucémicas por radiação, quimioterapia que é bastante usual na maioria dos casos de cancro que passa pelo combate deste através de substância tóxicas, terapia focada que visa o controlo da propagação do tumor no organismo através de toxinas, terapia biológica que visa o refortalecimento do sistema imunitário de forma a que concilie com a destruição das células leucémicas, transfusão de sangue e o transplante de células estaminais que normalmente antecipa o final do tratamento com drogas e tem a finalidade de restabelecer o sistema imunitário do paciente se bem como voltar a produzir os compostos do sangue do mesmo indivíduo, através da formação de uma nova medula óssea derivadas das células transplantadas. As células indiferenciadas que irão intervir no transplante poderão ser de uma doação feita por uma outra pessoa (transplante alogénico) que não o paciente ou por ele próprio, às quais foram retiradas antes do começo do tratamento. Apesar destas sofrerem um cuidadoso processo de extermínio de possíveis células leucémicas que estejam nesta amostra, não é estritamente seguro o transplante autólogo, como este é conhecido. As células estaminais que refortalecerão o sistema imunitário do receptor podem ser de origem da medula óssea, de sangue e de sangue do cordão umbilical. Estas inseridas no sistema circulatório do doente irão estabelecer-se nos locais adequados e por conseguinte irão desempenhar as mesmas funções que desempenhava a medula óssea inicial que foi destruída pelas substâncias químicas da quimioterapia.

Todavia, se o transplante for de um doador que não seja da família do receptor pode ocorrer uma rejeição ou reacção das células transplantadas contra o novo meio, causando sérios riscos para a saúde do doente.

A escolha da utilização de estes métodos por parte dos médicos oncologista terá de ser feita cautelosamente, reflectindo-se na fase de desenvolvimento desta doença, na idade do paciente e outros factores, aos quais também se inclui o tipo de Leucemia de que está em causa. Se por exemplo for uma Leucemia Aguda, terá de ser tratada com muita urgência, visto que esta torna-se bastante agressiva num curto espaço de tempo, em contraste com a Leucemia Crónica que se for detectada com alguma antecedência poder-se-á ter um maior leque de opções ao programar o seu tratamento, podendo o paciente inicialmente tomar certos comprimidos que possam retardar durante cinco anos os efeitos desta doença.

Actualmente ainda são muitas as mortes provocadas por esta doença. Contudo devido ao grande esforço das investigações das entidades ligadas à oncologia médica, mais propriamente em relação à enfermidade em questão, estes números têm tido tendência a decrescer, e o aumento e divulgação da importância do armazenamento das células estaminais do sangue do cordão umbilical é de grande relevância e tem aberto novas esperanças a quem não conseguiu ter acesso a doações de medula óssea compatíveis ao seu HLA (human leukocyte antigens).

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Leukemia

http://www.medicinenet.com/leukemia/article.html

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Transplate de traqueia apartir de células estaminais

Cláudia Castillo de 30 anos, mãe de duas crianças, foi uma das primeiras pessoas a receber uma traqueia originada a partir das suas próprias células estaminais.
Cláudia sofria de tuberculose, e, por isso mesmo, necessitava de ir regularmente ao hospital.
Após um colapso agudo do seu pulmão esquerdo, os médicos começaram por sugerir a remoção do seu pulmão esquerdo, mas devido aos avanços científicos na área da Medicina, surgiu uma outra opção que consistia na formação de uma nova traqueia. Esta foi então formada através da traqueia de um dador de onde seriam retiradas todas as células nela existentes, obtendo-se apenas um tubo de tecido conectivo. A este iram juntar-se as células estaminais retiradas da medula óssea de Cláudia Castilho, que se iriam especializar em células de cartilagem e epiteliais, possibilitando o transplante de uma nova traqueia, sem que houvesse uma rejeição do novo orgão recebido por parte do corpo, evitando os vários imuno-repressores a que estaria sujeita,
que poderiam causar reacções secundárias como tensão arterial elevada, falha dos rins ou cancro.
Deste modo Cláudia pode agira dar mais atenção aos seus filhos, e percorrer grandes distâncias sem perder o fôlego.
Assim como Cláudia Castillo, no futuro, várias pessoas poderão vir a beneficiar deste tipo de tratamento, e, talvez, esta técnica possa vir a ser adaptada a outros orgãos.

Fontes de informação:

http://www.youtube.com/watch?v=zbWsNeKw4Vo&NR=1
http://www.bioteca.pt/pdf/Bionews%202008-11.pdf

Cura do Diabetes tipo 1 recorrendo às células estaminais do cordão umbilical

Um estudo levado a cabo pela Faculade de Medicina Feinberg, da Universidade de Northwestern provou ser possíver o uso de células estaminais do cordão umbilical na cura do diabetes tipo 1.
O diabetes tipo 1 (diabetes insulino-dependente) ocorre quando o pâncreas produz insulina em quantidades reduzidas, ou de qualidade deficiente, podendo também verificarem-se as duas situações em simultâneo. Assim esta doença irá levar a uma dependência das injecções de insulina necessárias para reduzir a taxa de glicose no sangue (glicémia), permitindo ao organismo uma melhor absorção de açúcar.
Quando uma pessoa sofre de diabetes o seu sistema imunitário ataca as células produtoras de insulina, conduzindo a um aumento de glicémia no sangue.
Os investigadores acreditam que o desencadeador deste ataque deriva das células imunitárias. Assim sendo, através das células estaminais, torna-se possível substituir o sistema imunitário pré-existente, recorrendo ao transplante de células estaminais do cordão umbilical, mas livres do elemento destrutivo referido anteriormente.
Deste modo é possível aumentar a quantidade de peptídios C (substância que o pâncreas envia para a corrente sanguínea cada vez que liberta insulina).
Actualmente, 12% dos portugueses são diabéticos, estando previsto que até 2025 a percentagem de diabéticos do mundo possa estar próxima dos 50%.
Recorrendo a estas estatísticas é possível constatar que estas células poderão estar na base de um futuro melhor.

No vídeo anexado é possível observar outra técnica de utilização das células estaminais na cura desta doença.




Fontes de informação:
http://www.youtube.com/watch?v=lClprjRX2J4
http://www.cienciapt.net/pt/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=100017

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Trabalho realizado até ao dia 7 de Janeiro

Durante o mês de Dezembro, o nosso grupo voltou a tentar a sua sorte, e enviamos um outro e-mail à empresa 'Cythotera', na esperança de obter uma reposta por parte da mesma. Porém, com receio de que esta não atendesse aos nossos pedidos resolvemos contactar outros centros de crioperservação, o que nos levou a enviar um e-mail à empresa 'Bioteca', no qual pedimos a sua cooperação para a elaboração deste projecto e solicitamos a permissão para a realização de uma entrevista aos seus funcionários. No dia 6 de Janeiro recebemos, finalmente, a resposta de ambas as empresas. Tanto os funcionários da 'Cythotera' como os funcionários da 'Bioteca' deram permissão para realizar a entrevista e visitar os laboratórios. Como é possível confirmar, o nosso grupo começa a passar por dificuldades que implicam a alteração do Pré-Projecto inicial, pois, não estava nos nossos planos contactar dois centros.

No que diz respeito ao trabalho teórico, já começamos a fazer uma pesquisa sobre células estaminais e estamos, neste momento, a fazer resumos e a esquematizar a informação. Durante este mês de Janeiro iremos começar a realizar o trabalho em formato Word e, ao mesmo tempo, faremos, também, um documentário em formato Movie Maker. Temos que nos apressar em relação à elaboração do trabalho teórico visto que o projecto tem que ser enviado para o CIB em Abril deste ano.

O grupo tem sentido outras dificuldades para além das enunciadas, como, por exemplo, contactar o especialista em células estaminais da FCT para realizar uma palestra com ele. Apesar de já ter-mos enviado vários e-mails continuamos sem qualquer tipo de resposta. Estamos a pensar contactar outro especialista no assunto, o qual trabalha na 'Bioteca', mas ainda não tivemos oportunidade de o fazer.

Em relação aos inquéritos, estamos ainda a analisar as respostas, pelo que iremos informar-vos sobre os resultados mais tarde.
Quanto à experiência a ser efectuada pelo Mauro, o nosso colega decidiu que vai empenhar-se mais em relação à experiência que visa o estudo do papel da células estaminais durante a propagação de um cancro. Para tal, este irá contactar com o instituto IPO para obter mais informações sobre como se dá a propagação de um cancro pelo organismo. O Mauro tem tido algumas dificuldades na realização da experiências com moscas (as quais já foram ditas anteriormente).

Em breve, iremos anunciar as estatísticas das respostas aos inquéritos, como se decorreu a entrevista com os dois centros e quais os resultados da experiência prática.

Células estaminais cancerosas


As células estaminais não propiciam exclusivamente fins positivos nos seres vivos, nomeadamente na utilização natural pelos mesmos para gerarem certas células diferenciadas, como no uso na medicina para tratamento de várias doenças a partir da manipulação e/ou transplante das mesmas. Pelo contrário, tal como acontece nas células somáticas diferenciadas, também as células estaminais podem sofrer mutações, apesar de serem muito mais raras aparecerem e só uma pequena parte sofrer uma sucessiva acumulação de várias modificações no seu material genético é que podem provocar efeitos fenotípicos, mais propriamente o surgimento de um tumor maligno.
Relativamente à generalidade dos cancros, apenas uma percentagem muito pequena de cerca de 1 em um milhão de casos, é provocado por células estaminais cancerosas, mas quando se verifica a presença destas, é bastante penoso para o portador das mesmas, pois são muito complicadas de se tratar, e somente se tem conseguido atenuar a acção das CSCs (cancer stem cells) no combate directo a parir de componentes químicos específicos, muito diferentes e exigentes dos que são usados na quimioterapia. Esta condição se coloca devido à capacidade que as células estaminais têm para remover as drogas que lhe são impostas, não as afectando. Portanto temos de ver que o tratamento destes utentes tem de ser efectuado de duas formas distintas, atacando as células cancerígenas diferenciadas que se formam, apartir de quimioterapia, e também atacando as células responsáveis pelo aparecimento do mesmo câncro (em que já foram detectados em câncros do fígado, mama, colo do útero, ovários, pâncreas e prostata) através de outras substâncias tais como o salinomycin usado no caso do câncro da mama e a droga OMP-21M18 desenvolvida pelos laboratórios da Oncomed. É certo que ainda não se consegue eliminar por definitivo todas as células estaminais cancerosas num doente, mas já se tem vindo a observar uma séria evolução na redução das mesmas, de forma a retardar o aparecimento dos tumores e assim garantir uma melhor qualidade de vida a estas pessoas.
O estudo deste tipo de câncro apenas tem vindo a se intensificar nesta última década e meia, em que se conseguiu pela primeira vez isolar CSCs responsáveis por leucemia numa paciente em 1997, e este feito foi atribuido à dupla de cientistas Bonet e Dick, que além disto ainda detectaram dois marcadores destas células alteradas, CD34 e CD38.
Como já foi dito, ainda não existe muitos tratamentos eficazes no que diz respeito às pessoas portadoras de CSCs, muito provavelmente pela raridade da sua incidência, mas com a evolução nos conhecimentos acerca das células estaminais, deu-se muito possivelmente um paço importante no combate à enfermidade em questão, tendo em conta que os investigadores a vêm de uma forma mais crítica e consciente.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cancer_stem_cell
http://www.cell.com/abstract/S0092-8674%2808%2900444-3
http://www.cell.com/abstract/S0092-8674%2809%2900781-8
http://www.suite101.com/article.cfm/new_cancer_treatments/115784
http://www.wired.com/wiredscience/2008/12/cancerstemcells/

Experiência práctica

Como estava previsto era suposto fazer uma série de experiências com fim de averiguar as principais diferenças morfológicas entre as células somáticas diferenciadas e estaminais, a partir de comparações entre diversas células animais de mosca. Este objectivo que tinha começado a trabalhar desde o fim do 1º período lectivo e durante as férias de natal revelou-se sem sucesso. Apesar de ter conseguido atrair uma colónia de moscas para um determinado local (vaso), fui incapaz de determinar o sítio onde se encontravam os ovos e as larvas, em que estes elementos seriam a minha fonte para os ensaios pretendidos, visto que ocorre ao longo desta fase dos insectos uma série de especializações, da quais pode ter a ver com a diferenciação de células estaminais. Desta forma, irei abstrair-me desta parte do trabalho, um pouco exigente em termos práticos e de meios( é de se salientar que o microscópio que admitia utilizar nos supostos ensaios, apresenta uma grande ineficácia na focagem, embora contenha uma razoável ampliação entre 500 e 700x), e irei empenhar-me mais a fundo na questão que também é de minha responsabilidade, acerca das células estaminais envolvendo o campo da oncologia, ou seja o estudo do cancro.
Aproveito também, mesmo sabendo que correu mal, como já vos foi dito anteriormente, as experiências das moscas, para mostrar abaixo alguns indivíduos que se instalaram no vaso que suportava uma reserva de alimento para os mesmos.