sábado, 6 de fevereiro de 2010

Controlo de qualidade na Bioteca

Antes da criopreservação existe um longo processo em que a qualidade das células estaminais será testada.



Inicialmente, os vários constituintes do sangue do cordão umbilical (células estaminais, leucócitos, e glóbulos vermelhos) serão contabilizados através de aparelhos próprios para este efeito, que irão recorrer à técnica de imunofluorescência, utilizando corantes fluorescentes e anticorpos. Esta técnica permitirá colorar a superfície das células selectivamente, através dos corantes fluorescentes, que, quando iluminados, irão induzir a luminosidade das células na junção entre os antigénios que lhe são característicos e os anticorpos. Assim, será possível verificar se é ou não viável a criopreservação, sendo que, caso as células estaminais existam em pequena quantidade, não terão efeito garantizado no tratamento de futuras doenças.


Após esta fase, os vários componentes do sangue serão separados através de um cilindro de centrifugação. Depois de separadas as células estaminais, juntamente com os leucócitos serão criopreservadas, e o plasma será aproveitado para realizar testes, quer para detecção de possíveis bactérias ou virús que possam ter contaminado a amostra de sangue aquando da sua recolha, quer para efectuar testes de histocompatibilidade, isto é, em caso de transplantes em contexto heterólogo, a compatibilidade entre dador e receptor terá de ser testada, e, uma vez que este teste é feito a partir do plasma, evita a descongelação das células estaminais, que as tornaria inviáveis.

Já no processo de criopreservação, irá haver inicialmente, uma congelação lenta, que irá evitar a formação de cristais de gelo nas células estaminais. Mais tarde as células estaminais, juntamente com os leucócitos serão então colocadas em estruturas próprias dentro do contentor criogénico, mergulhadas em azoto líquido.

Durante todas estas fases, haverá ainda a determinação do tipo sanguíneo do recém-nascido, e detecção por PCR (Polimerase Change Reaction) da presença de agentes virais, como a Hepatite B e C, microorganismo que causa a Sífilis, e HIV 1 e 2, através de aparelhos específicos que permitem a amplificação do ADN (PCR), e posterior análise do mesmo, para averiguação da existência dos agentes virais.

Todo este controlo faz da criopreservação das células estaminais uma escolha segura e fiável para o futuro.





Fontes de informação: todo este processo foi-nos esclarecido pelo Director Científico da Bioteca, Gonçalo Cabrita.

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