segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Criopreservação em Setúbal


No dia 13 de Fevereiro um elemento do grupo das Células Estaminais, da disciplina de Área de Projecto do 12º ano, deslocou-se ao Hospital São Bernardo em Setúbal afim de entrevistar a Sra. Enfermeira Antónia Prates do serviço de ginecologia, de forma a poder obter informações acerca de diversos parâmetros que envolvem o tema da Criopreservação das Células Estaminais, aos quais nestes englobam os procedimentos que se utilizam ao longo da remoção do sangue do cordão umbilical no momento do parto, as informações prestadas ao casal, pelos profissionais de saúde, no acompanhamento da gravidez acerca da temática em questão e por fim ter uma percepção da recorrência por parte dos casais setubalenses a este serviço.
A Enfermeira Prates esclareceu que se faz no Hospital de Setúbal a extracção do cordão umbilical na maternidade durante o parto, mais precisamente após o nascimento do bebé e posterior desinfecção do cordão, colocação de uma mola ou de uma pinça e corte deste. A seguir é feita a colheita da amostra do sangue do cordão umbilical com uma seringa, e a quantidade obtida deverá compreender uma massa de valores entre aproximadamente 60 a 100 gramas, que após estar embalada está pronta a ser enviada para o laboratório que irá criopreservar o sangue. Contudo a quantidade da amostra da colheita efectuada poderá não chegar a estes números, devido a vários factores de entre os quais a existência de um nódulo no cordão ou a ocorrência de uma circular cervical tendo o cordão de ser cortado mais cedo, em que nestes casos a Sra. Enfermeira diz "Eles recomendam que se mande sempre independentemente da quantidade, pois já existem formas de multiplicar as células, e isso significa que numa menor quantidade de sangue pode ser possível ampliar e ser aproveitado, mas isso já compete ao laboratório(...)".
A profissional de saúde adianta ainda que não tem uma ideia muito precisa acerca da adesão dos casais portugueses na utilização dos serviços de ciopreservação das células estaminais do cordão, mas admite que esta opção por parte dos pais poderá rondar um quarto de todos os partos que decorrem na maternidade do Hospital São Bernardo, e esta prática tem vindo a aumentar nos últimos tempos, com a maioria dos pais a preferirem contar com empresas privadas, tendo também em conta que o banco público de sangue do cordão umbilical no Porto é muito recente.
A sra. Enfermeira menciona também na entrevista que sendo a criopreservação um recurso que a sociedade põe ao dispor das opções dos casais, e que este serviço é suportado predominantemente por empresas privadas, os médicos e enfemeiros quando lhes confrontada com a sua opinião acerca deste assunto, mantêm uma postura imparcial, não influenciando os casais nas suas escolhas. Porém os profissionais de acção médica apesar de não promoverem como tinha referido anteriormente a criopreservação das células do cordão não deixam de facultar as informações aos pais do futuro bebé sobre a utilidade deste serviço quando esta é solicitada. Ao ser questionada acerca das indicações que normalmente referem aos casais, a Enfermeira diz: "Vamos acreditar naquilo que a ciência nos diz; a ciência o que nos diz sobre isso é que neste momento existem algumas doenças em que as células podem ser úteis e os estudos que estão a decorrer parecem apontar que muitas mais outras doenças poderão vir a beneficiar. É isto que podemos dizer, é aquilo que a ciência nos coloca e que a literatura e que a comunidade científica nos diz que já existe e portanto não podemos ir pra além disso."

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