quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Células estaminais cancerosas


As células estaminais não propiciam exclusivamente fins positivos nos seres vivos, nomeadamente na utilização natural pelos mesmos para gerarem certas células diferenciadas, como no uso na medicina para tratamento de várias doenças a partir da manipulação e/ou transplante das mesmas. Pelo contrário, tal como acontece nas células somáticas diferenciadas, também as células estaminais podem sofrer mutações, apesar de serem muito mais raras aparecerem e só uma pequena parte sofrer uma sucessiva acumulação de várias modificações no seu material genético é que podem provocar efeitos fenotípicos, mais propriamente o surgimento de um tumor maligno.
Relativamente à generalidade dos cancros, apenas uma percentagem muito pequena de cerca de 1 em um milhão de casos, é provocado por células estaminais cancerosas, mas quando se verifica a presença destas, é bastante penoso para o portador das mesmas, pois são muito complicadas de se tratar, e somente se tem conseguido atenuar a acção das CSCs (cancer stem cells) no combate directo a parir de componentes químicos específicos, muito diferentes e exigentes dos que são usados na quimioterapia. Esta condição se coloca devido à capacidade que as células estaminais têm para remover as drogas que lhe são impostas, não as afectando. Portanto temos de ver que o tratamento destes utentes tem de ser efectuado de duas formas distintas, atacando as células cancerígenas diferenciadas que se formam, apartir de quimioterapia, e também atacando as células responsáveis pelo aparecimento do mesmo câncro (em que já foram detectados em câncros do fígado, mama, colo do útero, ovários, pâncreas e prostata) através de outras substâncias tais como o salinomycin usado no caso do câncro da mama e a droga OMP-21M18 desenvolvida pelos laboratórios da Oncomed. É certo que ainda não se consegue eliminar por definitivo todas as células estaminais cancerosas num doente, mas já se tem vindo a observar uma séria evolução na redução das mesmas, de forma a retardar o aparecimento dos tumores e assim garantir uma melhor qualidade de vida a estas pessoas.
O estudo deste tipo de câncro apenas tem vindo a se intensificar nesta última década e meia, em que se conseguiu pela primeira vez isolar CSCs responsáveis por leucemia numa paciente em 1997, e este feito foi atribuido à dupla de cientistas Bonet e Dick, que além disto ainda detectaram dois marcadores destas células alteradas, CD34 e CD38.
Como já foi dito, ainda não existe muitos tratamentos eficazes no que diz respeito às pessoas portadoras de CSCs, muito provavelmente pela raridade da sua incidência, mas com a evolução nos conhecimentos acerca das células estaminais, deu-se muito possivelmente um paço importante no combate à enfermidade em questão, tendo em conta que os investigadores a vêm de uma forma mais crítica e consciente.

Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cancer_stem_cell
http://www.cell.com/abstract/S0092-8674%2808%2900444-3
http://www.cell.com/abstract/S0092-8674%2809%2900781-8
http://www.suite101.com/article.cfm/new_cancer_treatments/115784
http://www.wired.com/wiredscience/2008/12/cancerstemcells/

1 comentários:

Anónimo disse...

O que são células estaminais?